sexta-feira, 25 de junho de 2010

" TORQUATO NETO "


Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944 —
Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista,
letrista de música popular,
experimentador da contracultura brasileiro.

Torquato Neto era filho de um promotor público e de uma professora primária de Teresina. Mudou-se para Salvador aos 16 anos para os estudos secundários, onde foi contemporâneo de Gilberto Gil no Colégio Nossa Senhora da Vitória e trabalhou como assistente no filme Barravento, de Gláuber Rocha.
Torquato envolveu-se ativamente na cena cultural soteropolitana, onde conheceu, além de Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora. Torquato atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o Cinema Marginal e a Poesia Concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário "Tropicalismo para principiantes", onde defendeu a necessidade de criar um "pop" genuinamente brasileiro: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Torquato também foi um importante letrista de canções icônicas do movimento tropicalista.

No final da década de 1960, com o AI-5 e o exílio dos amigos e parceiros Gil e Caetano, viajou pela Europa e Estados Unidos com a mulher Ana Maria e morou em Londres por um breve período. De volta ao Brasil, no início dos anos 1970, Torquato começou a se isolar, sentindo-se alienado tanto pelo regime militar quanto pela "patrulha ideológica" de esquerda. Passou por uma série de internações para tratar do alcoolismo, e rompeu diversas amizades. Em julho de 1971, escreveu a Hélio Oiticica: "O chato, Hélio, aqui, é que ninguém mais tem opinião sobre coisa alguma. Todo mundo virou uma espécie de Capinam (esse é o único de quem eu não gosto mesmo: é muito burro e mesquinho), e o que eu chamo de conformismo geral é isso mesmo, a burrice, a queimação de fumo o dia inteiro, como se isso fosse curtição, aqui é escapismo, vanguardismo de Capinam que é o geral, enfim, poesia sem poesia, papo furado, ninguém está em jogo, uma droga. Tudo parado, odeio."

Torquato se matou um dia depois de seu 28º aniversário, em 1972. Depois de voltar de uma festa, trancou-se no banheiro e abriu o gás. Sua mulher dormia em outro aposento da casa. O escritor foi encontrado na manhã seguinte pela empregada da família.
Sua nota suicida dizia: "Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar". Thiago era o filho de dois anos de idade.

Frases

"Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela (…). Quem não se arrisca não pode berrar."

Composições

A coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
A rua (com Gilberto Gil)
Ai de mim, Copacabana (com Caetano Veloso)
Andarandei (com Renato Piau)
Cantiga (com Gilberto Gil)
Capitão Lampião (com Caetano Veloso)
Coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
Começar pelo recomeço (com Luiz Melodia)
Daqui pra lá, de lá pra cá
Dente por dente (com Jards Macalé)
Destino (com Jards Macalé)
Deus vos salve a casa santa (com Caetano Veloso)
Domingou (com Gilberto Gil)
Fique sabendo (com João Bosco e Chico Enói)
Geleia geral (com Gilberto Gil)
Go back (com Sérgio Britto)
Juliana (com Caetano Veloso)
Let's play that (com Jards Macalé)
Lost in the paradise (com Caetano Veloso)
Louvação (com Gilberto Gil)
Lua nova (com Edu Lobo)
Mamãe coragem (com Caetano Veloso)
Marginália II (com Gilberto Gil)
Meu choro pra você (com Gilberto Gil)
Minha Senhora (com Gilberto Gil)
Nenhuma dor (com Caetano Veloso)
O bem, o mal (com Sérgio Britto)
O homem que deve morrer (com Nonato Buzar)
O nome do mistério (com Geraldo Azevedo)
Pra dizer adeus (com Edu Lobo)
Quase adeus (com Nonato Buzar e Carlos Monteiro de Sousa)
Que película (com Nonato Buzar)
Que tal (com Luís Melodia)
Rancho da boa-vinda (com Gilberto Gil)
Rancho da rosa encarnada (com Gilberto Gil e Geraldo Vandré)
Soy loco por ti, América (com Gilberto Gil e Capinam)
Todo dia é dia D (com Carlos Pinto)
Três da madrugada (com Carlos Pinto)
Tudo muito azul (com Roberto Menescal)
Um dia desses eu me caso com você (com Paulo Diniz)
Veleiro (com Edu Lobo)
Vem menina (com Gilberto Gil)
Venho de longe (com Gilberto Gil)
Vento de maio (com Gilberto Gil)
Zabelê (com Gilberto Gil)

Discografia

Tropicália ou panis et circensis (1968) - Philips LP
Os últimos dias de Paupéria (1973) - Eldorado Editora Compacto simples
Torquato Neto - Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia (1985) - RioArte/Prefeitura do Rio de Janeiro e Governo do Estado do Piauí LP
Todo dia é dia D (2002) - Dubas Música CD

Bibliografia

Torquato Neto. Os Últimos Dias de Paupéria. (Org. Ana Maria Silva Duarte e Waly Salomão), Rio de Janeiro: Max Limonad, 1984.
Torquato Neto. Torquatália - do Lado de Dentro: Obra Reunida de Torquato Neto (vol. 1). (Org. Paulo Roberto Pires). Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2005.
Torquato Neto. Torquatália - Geléia Geral: Obra Reunida de Torquato Neto (vol. 2). (Org. Paulo Roberto Pires). Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2005.

Filmografia

Como ator
Nosferatu, de Ivan Cardoso. Como protagonista, "Vampiro" (1970).

quinta-feira, 3 de junho de 2010

" MARIA BETHÂNIA "


Maria Bethânia Viana Telles Velloso, mais conhecida como Maria Bethânia, (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 18 de Junho de 1946) é uma cantora brasileira que tem a marca de ser a segunda artista feminina em vendagem de discos do Brasil, sendo a maior da MPB, com 26 milhões de cópias. Atende pela alcunha de Abelha-rainha por causa do primeiro verso da música que dá nome ao LP Mel de 1979.
Considerada por muitos brasileiros uma das maiores cantoras da história do Brasil. É irmã caçula do compositor Caetano Veloso e da poetisa e escritora Mabel Velloso.

Eu sabia que ia trabalhar no palco e que ia ser do palco, ia ser...uma vida de artista...Sabe de holywwodiana

Nascida na Bahia, é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios, e de Claudionor Viana (Dona Canô). É irmã da escritora Mabel Velloso e do compositor Caetano Veloso, e tia da cantora Belô Velloso e de Jota Velloso.Seu nome foi escolhido pelo irmão Caetano Veloso, inspirado em uma canção famosa à época, a valsa Maria Betânia, do compositor Capiba, um sucesso na voz de Nélson Gonçalves.

Maria Bethânia tornou-se uma das principais intérpretes da música brasileira, pois alguns críticos da música a julgam como incapaz de escrever suas próprias composições. Assim como Caetano, um dos maiores cantores e compositores contemporâneos brasileiros, mundialmente conhecido.
Bethânia foi criada na cidade de Santo Amaro da Purificação e, por ter sido criada na religião católica com influência do candomblé, é devota de vários santos e adepta tradicional do segmento religioso africano Ketu.
Hoje considerada uma das maiores intérpretes de sua geração, na infância sonhava em ser atriz, mas o dom para a música falou mais alto. Participou na juventude de espetáculos semi-amadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil; em 1960 mudou-se para Salvador na intenção de terminar os estudos e passou a frequentar o meio artístico, ao lado do irmão Caetano. Em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. No ano seguinte, apresentou espetáculos como Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, ao lado do irmão Caetano Veloso e o colega Gilberto Gil, então iniciantes, a quem lançou como compositores e cantores nacionais e a cantora Gal Costa, dentre outros.

A data oficial da estreia profissional é 13 de fevereiro de 1965, quando substituiu a cantora e violonista Nara Leão no espetáculo Opinião pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG), onde gravou o primeiro disco, lançado em junho daquele mesmo ano. O primeiro sucesso foi a canção de protesto Carcará, no repertório deste, que também incluía, dentre outras, as músicas Mora na filosofia, Andaluzia, Feitio de oração e Sol negro, esta última em dueto com Gal Costa (que à época ainda usava o nome artístico de Maria da Graça). Depois lançou um compacto triplo, Maria Bethânia canta Noel Rosa, que trouxe as músicas Três apitos, Pra que mentir, Pierrô apaixonado, Meu barracão, Último desejo e Silêncio de um minuto, acompanhada apenas por um violão, de Carlos Castilho. Ainda em 1966, depois de voltar à Bahia por um breve período, participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal, também competindo em festivais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, apresentou-se em teatros e casas noturnas de espetáculos, tornando-se assim nacionalmente conhecida.

Foi também a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, onde era um dos vocais da banda, que lançou um disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970, e ao longo dos anos, este lema foi tema de filme com direção de Jom Tob Azulay, DVD, enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra. Sobre esse encontro, escreveu Caetano Veloso: Eu, Gil e Gal podemos nos discutir as atitudes e as posturas, mas com relação a Betânia há sempre um respeito aristocrático que o ritmo do seu comportamento exige. E nós estamos sempre aprendendo com ela algo dessa majestade.

Inicialmente o disco seria registrado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo em estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o fim da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos que apresentavam os novos talentos, registrando índices recordes de audiência. Maria Bethânia participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses marcantes momentos da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da ampla preponderância das vozes femininas, com Elis Regina, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone Bittencourt de Oliveira, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa, Maria Bethânia e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de Mágoa e Seca d´Água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

Foi a primeira cantora brasileira a vender mais de um milhão de cópias em um único disco (Álibi, 1978, que contou com as respectivas participações especiais da sambista Alcione e Gal Costa nas músicas O meu amor e Sonho meu) e esse sucesso se repetiu nos dois álbuns subsequentes: Mel e Talismã (1980), que também obtiveram expressivas vendas (inclusive este último chegou a ver 700 mil cópias em quinze dias com a participação dos cantores e compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil na faixa Alguém me avisou), e inovou no gênero acústico com os dois trabalhos seguintes, Ciclo (1983) e A Beira e o Mar (1984), contrastando totalmente com a sonoridade da época, os trabalhos comerciais, com arranjos e teclados de Lincoln Olivetti, que não tiveram o mesmo apelo popular. Neste primeiro, considerado pela artista o melhor de toda a trajetória, os erros de divulgação da gravadora comprometeram o sucesso do disco onde Fogueira foi a única canção a obter destaque e foi incluída na trilha sonora da novela global Transas e caretas de Lauro César Muniz, tendo sido elogiado pela crítica especializada e recebido com estranheza pelo grande público, apresentando um repertório de onze canções, das quais nove eram inéditas, e apenas duas regravações (Rio de Janeiro - Isto é o meu Brasil e Ela disse-me-assim) e no LP A Beira e o Mar, originado do espetáculo A hora da estrela, cujo título remete ao famoso livro homônimo de Clarice Lispector, o repertório misturou canções inéditas e regravações (Na primeira manhã, Nossos momentos, ABC do Sertão, Somos iguais e Sonho impossível - esta última gravada pela terceira vez, já que havia sido gravada anteriormente nos álbuns A cena muda e Chico Buarque e Maria Bethânia - ao vivo e dali a treze anos, novamente no CD Imitação da vida), também foi pouco divulgado e se definiu a primeira saída da gravadora Polygram (atualmente Universal Music), de onde era contratada desde 1971 (com o álbum Maria Bethânia Viana Teles Veloso - A tua presença, sucesso de público e crítica) e à qual só retornaria dali a cinco anos. O disco que marca essa volta é Memória da Pele; durante este intervalo de tempo, aconteceu uma breve passagem pela primeira gravadora, a RCA, com a qual assinou contrato para a gravação de três discos, mas acabou gerando apenas dois. São eles: Dezembros e Maria, lançados em 1986 e 1988, respectivamente.
A antológica interpretação de Na primeira manhã surpreendeu Milton Nascimento, inspirando-o a escrever, em parceria com Fernando Brant, a música Canções e momentos inclusa no repertório do disco Dezembros, do qual também fez participação especial nesta música, que também trazia, dentre outras, os sucessos Anos dourados, Gostoso demais e Errei sim; já Maria, originado do espetáculo homônimo dirigido por Fauzi Arap no ano anterior, contou com as participações especiais da cantora Gal Costa (na toada O ciúme, acompanhada somente do sintetizador de Benoit Corboz, que também escreveu o arranjo para esta canção) e duas internacionais: o grupo sul-africano Lady Smith Black Mambazo (na faixa de abertura, A terra tremeu/Ofá) e a atriz francesa Jeanne Moureau (na música Poema dos olhos da amada, declamando uma versão em francês do poema de Vinícius de Morais); não fosse pelo sucesso de duas músicas românticas nas paradas de sucesso, as baladas Tá combinado e Verdades e mentiras, que integraram a trilha sonora das novelas globais Vale tudo e Fera radical, respectivamente, faixas com certo apelo para as rádios, este trabalho teria sido um dos mais anticomerciais da carreira até então, pois contou com uma leitura totalmente acústica - e isto em plena ascensão das duplas pop/sertanejas e do advento da lambada.

Em 1990, Bethânia comemorou 25 anos de carreira com o LP 25 Anos, cujo repertório, essencialmente brasileiro, evocava diversas culturas deste país, trazendo canções consagradas e pouco conhecidas, entre regravações e inéditas. O disco contou com a participação especial de vários cantores e músicos, dentre os quais Gal Costa, Alcione, João Gilberto, Egberto Gismonti, Nina Simone, Fátima Guedes, Hermeto Paschoal, Sivuca, Wagner Tiso, Toninho Horta, Jacques Morelenbaum, Jaime Alem, Márcio Montarroyos, Mônica Millet, Almir Sater, Flávia Virgínia, Nair de Cândia, Armando Marçal, Djalma Correia, Álvaro Millet, Gordinho (Antenor Marques Filho), Zeca Assunção, Wilson das Neves, José Roberto Bertrami, Jamil Joanes, Jurim Moreira, orquestra de cordas e bateria da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira, com regência de Mestre Taranta (participou duas vezes do disco - na faixa de abertura, uma vinheta colada a um texto de Mário de Andrade e a música O canto do pajé - e também na faixa que encerrava o projeto, Palavra, que no final fez uma citação musical à famosa canção de Chico Buarque Apesar de você); o disco emplacou duas músicas nas paradas de sucesso, as regionalistas Tocando em frente e Flor de ir embora, que integraram as trilhas das novelas rurais Pantanal e A história de Ana Raio e Zé Trovão, respectivamente, ambas exibidas pela extinta Rede Manchete. O feito de gravação de discos acústicos se repetiu no álbum subsequente, Olho d´Água, lançado em 1992, que não obteve maior repercussão devido à falta de divulgação eficiente por parte da gravadora; no repertório deste, destaque somente para a canção regionalista Além da última estrela, que integrou a trilha sonora da novela global Renascer, de Benedito Ruy Barbosa, exibida no ano seguinte. O álbum também nos mostrou uma incursão pela religiosidade (Ilumina, Medalha de São Jorge, Louvação a Oxum, Rainha negra uma homenagem a cantora Clementina de Jesus e Búzio), abrindo e fechando com uma vinheta da música Sodade meu bem sodade, de Zé do Norte.
O sucesso de vendagem voltou em 1993 quando do lançamento do CD As canções que você fez pra mim, que gerou mais de um milhão de cópias e foi convertido para uma versão hispânica (no caso, Las canciones que hiciste para mi) com parte do repertório (sete das onze músicas foram convertidas - a faixa-título, Fiera herida (Fera ferida, um dos hits do disco, tema de abertura da novela homônima global), Palabras (Palavras), Tú no sabes (Você não sabe), Necesito de tu amor (Eu preciso de você), Tú (Você, esta incluída na trilha sonora da novela global Pátria Minha de Gilberto Braga cujo título remete ao famoso poema homônimo de Vinícius de Morais - justamente a sucessora de Fera Ferida) e Emociones (Emoções, um dos grandes sucessos de Roberto) - das que ficaram de fora Olha, Costumes, Detalhes e Seu corpo), que consistiu em um tributo à dupla de cantores e compositores Roberto e Erasmo Carlos, evocando onze parcerias entre ambos. Este disco, além de originar um LP promocional para a Coca-Cola com uma entrevista entre parte do repertório (Emoções, Costumes, Olha e Seu corpo), gerou também um VHS (relançado em DVD em 2009) e um espetáculo calcado na divulgação do disco anterior, dirigido por Gabriel Vilela na casa Canecão (Rio de Janeiro), do qual saiu o trabalho que marca a despedida definitiva da Universal Music: Maria Bethânia ao vivo, de 1995, o último a ter versão em vinil, porém já estava sofrendo com o problema de pressão de espaço físico, com quatro músicas a menos. São elas: Fé cega faca amolada, Detalhes, Você não sabe (as duas últimas, já inclusas no álbum-tributo a Roberto) e Reconvexo (gravada pela cantora no álbum Memória da Pele), inclusas somente no CD. Este disco trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e do álbum de estúdio anterior dedicado a Roberto Carlos.

Maria Bethânia é segunda artista feminina em vendagem de discos na história do Brasil, atrás apenas de Xuxa, que tem seus discos voltados ao público infanto-juvenil.
Revolucionou a forma de se fazer espetáculos no Brasil, intercalando músicas com poemas - Fernando Pessoa, poeta português, Vinícius de Moraes a quem chegou a dedicar um disco inteiro em 2005, Que falta você me faz (a gravação deste álbum foi concluída em janeiro de 2004 mas somente lançado no ano seguinte, em comemoração aos 40 anos de carreira e amizade com Vinícius, contando com a participação especial deste na declamação do poema Poética I e na música Nature boy (Encantado)), Clarice Lispector - criando um estilo próprio e que muito lembra peças teatrais. Vários dos espetáculos estão entre os mais importantes da história da música popular brasileira, onde se destacam diversos, como Recital na Boite Barroco (1968), o primeiro disco gravado ao vivo, Maria Bethânia ao vivo (1970), ambos lançados pela gravadora EMI, Rosa dos Ventos - o show encantado (1971) produzido e dirigido por Fauzi Arap, Drama terceiro ato - luz da noite gravado ao vivo no Teatro da Praia na capital fluminense (1973), A cena muda (1974), gravado ao vivo no Teatro Casa Grande, onde não declamou poemas - como o próprio título sugere, tendo sido um dos espetáculos mais ousados da trajetória da artista, Chico Buarque e Maria Bethânia ao vivo (1975), Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo (1978), e Nossos momentos (1982), gravado entre 29 de setembro e 3 de outubro daquele ano, contendo a antológica interpretação de Vida e O que é o que é, esta última lançada pelo autor Gonzaguinha no mesmo ano, que seria o bis preferido dos espetáculos dali por diante. Isso explica a presença de vários discos ao vivo na carreira da artista - mais especificamente catorze, onde se inclui um gravado na Argentina (Mar del Plata), com Vinícius de Moraes e Toquinho; já como intérprete, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Noel Rosa, Gonzaguinha, Roberto Carlos, Vinícius de Moraes, Roberto Mendes, Jorge Portugal e Milton Nascimento, são os compositores com maior número de interpretações na voz. Maria Bethânia é carinhosamente chamada por Roberto Carlos de minha rainha.

Os muitos fãs sempre cultivaram uma rivalidade com os da cantora Elis Regina, no eterno debate que até hoje não teve fim sobre qual seria a maior cantora da história do Brasil. Elis, por sua vez, declarou Gal Costa a maior cantora do país. Bethânia, mais reservada, nunca se pronunciou sobre esse debate, inclusive se declara até hoje fã de Elis, isso desde a entrevista no jornal O Pasquim (5 de setembro de 1969), deu nota dez para a rival. Em 1999, quando regravou uma canção que fez antigo sucesso na voz de Elis, Romaria (Renato Teixeira), no disco A força que nunca seca, lançado pela gravadora BMG, Bethânia reafirmou ser admiradora. Inclusive este disco, cuja faixa-título foi dedicada à memória de Mãe Cleusa do Gantois, além de trazer músicas inéditas e releituras de clássicos (O trenzinho caipira com citação de trechos do poema O trem de Alagoas de Ferreira Gullar, Luar do sertão/Azulão, Espere por mim morena, Gema - esta já gravada pela cantora anteriormente no álbum Talismã, As flores do jardim da nossa casa), trouxe a polêmica interpretação de É o amor, originalmente gravada pela dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, que foi bastante criticada. Esta foi incluída na trilha sonora da novela global Suave Veneno, de Aguinaldo Silva, exibida àquele mesmo ano. Em seguida, houve um espetáculo que divulgou o disco anterior, do qual saiu o CD duplo Diamante verdadeiro, gravado em agosto, que trouxe canções do referido CD de estúdio (exceto Espere por mim morena), regravações dos antigos sucessos entre outros clássicos, além de textos de Fernando Pessoa (Autopsicografia), Manuel Alegre (Senhora das tempestades) e Castro Alves (O navio negreiro).
Muitos são os trabalhos da cantora Maria Bethânia que são referências obrigatórias para a história da música popular brasileira, entre outros estão: Maria Bethânia (1969), Drama - anjo exterminado, com produção do irmão Caetano Veloso (1972), Pássaro Proibido (1976) que trouxe o primeiro grande sucesso na faixa de rádios AM - a antológica canção Olhos nos olhos com destaque também para Amor amor, Pássaro da manhã (1977) onde pela primeira vez declamou poemas em estúdio originado do espetáculo homônimo dirigido por Fauzi Arap e cenário de Flávio Império recebendo o segundo disco de ouro da carreira (o primeiro foi no álbum lançado no ano anterior) com as músicas, dentre outras, Um jeito estúpido de te amar (lançada por Roberto Carlos no ano anterior colado a um texto de Fauzi Arap, com fundo musical de Jogo de damas) e Teresinha, Alteza (1981) que contou com as participações especiais de Caetano Veloso, Gilberto Gil e a irmã Nicinha (no samba Purificar o Subaé), Âmbar (1996), lançado pela gravadora EMI que comemorou os 50 anos de idade trazendo canções inéditas, de novos compositores da MPB entre outras releituras de clássicos (Chão de estrelas, Quando eu penso na Bahia que contou com a participação especial de Chico Buarque e Ave Maria) gerando um espetáculo dirigido por Fauzi Arap do qual saiu o elogiadíssimo CD duplo Imitação da vida gravado na casa de espetáculos Palace (São Paulo, dezembro de 1996) e que incluiu onze textos de Fernando Pessoa e seus heterônimos, Brasileirinho (2003), o primeiro lançado pelo próprio selo Quitanda, unanimidade de crítica e público, com repertório essencialmente brasileiro, evocando diversas culturas deste país e trazendo textos de Guimarães Rosa - Felicidade se acha é em horinhas de descuido, Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura e Quem castiga nem é Deus, é os avessos (extraído do livro Rosiana, coletânea de conceitos, máximas e brocadas do autor, organizada em 1983 por Paulo Ronai), Mário de Andrade (O descobrimento e O poeta come amendoim) e Vinícius de Morais (Pátria minha), contando com as participações especiais do escritor/poeta Ferreira Gullar (recitando o poema O descobrimento), o Grupo Uakti grupo experimental mineiro (na faixa Salve as folhas), Grupo Tira Poeira formado por cariocas, gaúchos e catarinenses (na faixa Padroeiro do Brasil), Denise Stoklos (declamando o poema O poeta come amendoim), as cantoras Miúcha e Nana Caymmi (nas respectivas faixas Cabocla Jurema/Ponto de Janaína e Texto de Guimarães Rosa/Suçuarana), Ricardo Amado e Márcio Malard (violino e violoncelo, respectivamente, na faixa Senhor da floresta), e também originou um DVD, e Pirata (2006), que traz textos de Guimarães Rosa (Perto de muita água, tudo é feliz, Pensar na pessoa que se ama, Amor é sede depois de se ter bem bebido, Só na foz do rio é que se ouvem os murmúrios de todas as fontes, O mundo do rio não é o mundo da ponte e O sertão é uma espera enorme), Fernando Pessoa (Todo cais é uma saudade de pedra), Antônio Vieira (Poesia), João Cabral de Melo Neto (O rio), Jorge Portugal (Orixá), entre outras canções inéditas, regravações de músicas pouco conhecidas e consagradas da MPB, além de releituras de músicas que ela já havia gravado anteriormente (O tempo e o rio e Os argonautas)
Em 2001, desliga-se das grandes gravadoras, transferindo-se para a independente Biscoito Fino, de propriedade de Olivia Hime e Kati Almeida Braga. O disco que marca a estreia na nova gravadora é o duplo Maricotinha ao vivo - comemorativo dos trinta e cinco anos de carreira, que trouxe regravações dos antigos sucessos seus entre outras canções consagradas, textos e do álbum de estúdio homônimo do ano anterior, cuja maior parte das canções era inédita e foi o último álbum lançado pela gravadora BMG, e também gerou seu primeiro DVD. Em 2003, ainda na Biscoito Fino, lança o selo Quitanda (23 de setembro), para gravar discos com menor apelo comercial e lançar artistas que admira, como Mart'Nália e Dona Edith do Prato. Paralelamente, houve o lançamento do álbum Cânticos, preces, súplicas à Senhora dos Jardins do Céu, gravado originalmente em 2000, que inicialmente não foi comercializado e distribuído numa tiragem limitada de duas mil cópias, apenas para angariar fundos para a restauração da matriz da cidade natal, em homenagem a Nossa Senhora; neste trabalho, a cantora reafirmou a religiosidade, presente em quase toda a obra. O disco contou com a participação especial da mãe, Canô Veloso, Gilberto Gil (violão e voz) e Nair de Cândia, nas respectivas faixas Ladainha de Nossa Senhora, Mãe de Deus das Candeias e uma versão em latim da Ave Maria.

Bethânia também atua em direções, já tendo dirigido vários artistas entre eles o irmão Caetano Veloso e Alcione. Ao mesmo tempo, produziu a homenagem Namorando a Rosa, a violonista Rosinha de Valença, que tocou alguns anos em sua banda, falecida em 2004 e teve grande participação na carreira da artista, dirigindo o espetáculo Comigo me desavim (1967), e nove anos depois gravou o álbum Cheiro de mato, do qual recebeu grande influência e também nos álbuns Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo, Alteza (na faixa Caminho das Índias), Olho d´água, em um de seus últimos e trabalhos e principalmente no antológico Álibi, onde tocou violão em todas as faixas; o álbum contou com a participação especial de diversos nomes consagrados da MPB, como o irmão Caetano Veloso, Alcione, Chico Buarque, Bebel Gilberto, Ivone Lara, Délcio Carvalho, Yamandú Costa, Martinho da Vila, Turíbio Santos, Miúcha, Joanna, Hermeto Paschoal e a própria Bethânia. Em 2005, foi lançado o filme documentário sobre sua vida e carreira, Música é perfume.
Em 2006 foi a grande vencedora do Prêmio Tim (antigo Prêmio Sharp) de música onde arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que falta você me faz, um tributo a Vinícius de Morais) e melhor DVD (Tempo tempo tempo tempo, comemorativo dos quarenta anos de carreira). Bethânia, que sempre teve fama de anti-social, surpreendeu e compareceu à cerimônia de premiação. No mesmo ano, os CDs antigos - LPs originais que haviam sido relançados anteriormente em CD - voltaram às prateleiras, com encarte completo (na edição anterior ele havia sido suprimido/reduzido), letras de todas as músicas e textos - mesmo que a versão original não as tivesse - e texto interno com a história do álbum redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, pois há muito tempo estavam fora de catálogo.
Ainda em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil e foi considerado pela crítica uma espécie de retomada de Brasileirinho, lançado três anos antes, e Mar de Sophia, onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do mar tem rio, com direção de Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap, originando o álbum duplo homônimo, lançado em 2007.
Lançou em 2007 pela Biscoito Fino o DVD duplo que contempla dois documentários sobre a artista: Pedrinha de Aruanda e Bethânia Bem de Perto. Este primeiro é um registro singular da intimidade de uma das maiores intérpretes brasileiras de todos os tempos, tendo como ponto de partida a comemoração do aniversário de sessenta anos da cantora, celebrados durante uma apresentação em Salvador e uma missa em Santo Amaro, sua cidade natal, em 2006.
Ainda em 2007, novamente é a maior vencedora do Prêmio Tim, mas desta vez empatou com Marisa Monte. Bethânia, mais uma vez, compareceu à cerimônia, e levou para casa os troféus de melhor cantora, melhor disco (Mar de Sophia), melhor projeto gráfico (Pirata) e melhor canção (Beira-mar, do CD Mar de Sophia).
Em 2008, junta-se com a cantora cubana Omara Portuondo e segue em turnê pelo Brasil e países vizinhos, como Argentina e Chile; nos dias 4 e 5 de abril foi gravado o DVD ao vivo em Belo Horizonte no Palácio das Artes, sob a direção de Mário de Aratanha e a produção musical de Moogie Canázio, originando também um CD.

Em 2009, lançou o DVD Dentro do Mar tem Rio, registro do show ao vivo gravado nos dias 7 e 8 de dezembro de 2007, em Sao Paulo, com direção de Andrucha Waddington.
No mesmo ano, lança os dois trabalhos mais recentes da carreira - Encanteria, onde canta as mais variadas formas de fé (pelo selo Quitanda) e Tua, com canções românticas (pela Biscoito Fino); ambos são compostos por músicas inéditas e foram recebidos com muito entusiasmo pela crítica e público. O repertório do espetáculo calcado na divulgação dos dois trabalhos é composto por estas músicas intercaladas a antigos sucessos da artista. Seu título é batizado com três nomes que, segundo ela, foram herdados de sua tradição familiar: Amor, Festa e Devoção.

Discografia

1965 - Maria Bethânia - Sony BMG/RCA
1966 - Maria Bethânia Canta Noel Rosa - Sony BMG/RCA
1967 - Edu e Bethânia - Universal Music/Elenco
1969 - Maria Bethânia - EMI
1971 - A Tua Presença... - Universal Music/Philips/Polygram
1971 - Vinicius + Bethânia + Toquinho - en La Fusa (Mar de Plata) - RGE
1972 - Drama - Universal Music/Philips/Polygram
1976 - Pássaro proibido - Universal Music/Philips/Polygram
1977 - Pássaro da manhã - Universal Music/Philips/Polygram
1978 - Álibi - Universal Music/Philips/Polygram
1979 - Mel - Universal Music/Philips/Polygram
1980 - Talismã - Universal Music/Philips/Polygram
1981 - Alteza - Universal Music/Philips/Polygram
1983 - Ciclo - Universal Music/Philips/Polygram
1984 - A beira e o mar - Universal Music/Philips/Polygram
1987 - Dezembros - Sony BMG/RCA
1988 - Maria - Sony BMG/RCA
1989 - Memória da pele - Universal Music/Polygram
1990 - 25 anos - Universal Music/Polygram
1992 - Olho d'água - Universal Music/Polygram
1993 - As canções que você fez pra mim - Universal Music/Polygram
1993 - Las canciones que hiciste para mí - Philips-PolyGram
1996 - Âmbar - EMI
1999 - A força que nunca seca - Sony BMG
2001 - Maricotinha - Sony BMG
2003 - Cânticos, preces, súplicas à Senhora dos jardins do céu na voz de Maria Bethânia - Sony BMG/Biscoito Fino
2003 - Brasileirinho - Quitanda
2005 - Que falta você me faz - Músicas de Vinicius de Moraes - Biscoito Fino
2006 - Pirata - Quitanda
2006 - Mar de Sophia - Biscoito Fino
2007 - Omara Portuondo e Maria Bethânia - Biscoito Fino
2009 - Encanteria - Quitanda
2009 - Tua - Biscoito Fino

Ao Vivo

1968 - Recital na Boite Barroco - EMI
1970 - Maria Bethânia Ao vivo - EMI
1971 - Rosa dos ventos Ao vivo - Universal Music/Philips/Polygram
1973 - Drama 3º ato - Universal Music/Philips/Polygram
1974 - Cena muda - Universal Music/Philips/Polygram
1975 - Chico Buarque & Maria Bethânia ao vivo - Universal Music/Philips/Polygram
1976 - Doces bárbaros - Universal Music/Philips/Polygram
1978 - Maria Bethânia e Caetano Veloso - ao vivo - Universal Music/Philips/Polygram
1982 - Nossos Momentos - Universal Music/Philips/Polygram
1995 - Maria Bethânia: Ao vivo - Universal Music/Polygram
1997 - Imitação da Vida - EMI
1998 - Diamante Verdadeiro - Sony BMG
2002 - Maricotinha: Ao Vivo - Biscoito Fino
2007 - Dentro Do Mar Tem Um Rio - Biscoito Fino

Compactos

1965 - Maria Bethânia - Sony BMG/RCA
1965 - Maria Bethânia - Sony BMG/RCA

Espetáculos

Nós, por exemplo (1964)
Nova bossa velha, velha bossa nova (1964)
Mora na Filosofia (1964)
Opinião (1965)
Arena canta Bahia (1966)
Tempo de Guerra (1966)
Pois é (1966)
Recital na Boite Cangaceiro (1966)
Recital na Boite Barroco (1968)
Yes, nós temos Maria Bethânia (1968)
Comigo me desavim (1968)
Recital na Boite Blow Up (1969)
Brasileiro, Profissão Esperança (1970)
Rosa dos Ventos (1971)
Drama - Luz da noite (1973)
A cena muda (1974)
Chico & Bethânia (1975)
Os Doces Bárbaros (1976)
Pássaro da manhã (1977)
Maria Bethânia e Caetano Veloso (1978)
Maria Bethânia (1979)
Mel (1980)
Estranha forma de vida (1981)
Nossos momentos (1982)
A hora da estrela (1984)
20 anos (1985)
Maria (1988)
Dadaya - As sete moradas (1989)
25 anos (1990)
As canções que você fez pra mim (1994)
Âmbar - Imitação da vida (1996)
A força que nunca seca (1999)
Maricotinha (2001)
Brasileirinho (2004)
Tempo, tempo, tempo, tempo (2005)
Dentro do mar tem rio (2006)
Omara Portuondo e Maria Bethânia (2008)
Amor, Festa e Devoção (2009)

Participações

Trilha sonora do filme Quando o Carnaval Chegar, nas faixas Baioque e Bom Conselho de Chico Buarque, com participação de Nara Leão nas faixas Minha Embaixada Chegou, de Assis Valente e Formosa, de Nássara e J. Rui – Phonogram, 1972
Nova Bossa Nova Festival Folklore e Bossa Nova do Brasil 72, nas faixas: Bodocó de Gordurinha e Não Tem Solução de Dorival Caymmi com Terra Trio – MPS Records, Alemanha, 1972
Phono 73, na faixa: Oração a Mãe Menininha de Dorival Caymmi com a participação de Gal Costa; Preciso Aprender a Só Ser, de Gilberto Gil com o próprio e Trampolim de Caetano e Bethânia, com Caetano Veloso – Polygram, volume 3, 1973
Trilha sonora de Gabriela, na faixa Coração Ateu de Sueli Costa – Som Livre, 1975
Erasmo Carlos Convida, na faixa Cavalgada de Erasmo Carlos e Roberto Carlos – Polygram, 1980
Sorriso Negro, de Dona Yvonne Lara, na faixa: A Sereia Guiomar de Yvonne Lara e Delcio Carvalho – WEA, 1981
Roberto Carlos, na faixa: Amiga de Roberto Carlos e Erasmo Carlos – CBS, 1982
Plunct, Plact, Zuuum, na faixa: Brincar de Viver de Guilherme Arantes e Jon Lucien – Som Livre, vários, 1983
Luz e Esplendor, de Elizeth Cardoso, na faixa Elizetheana também com a participação de Alcione, Cauby Peixoto, Dona Ivone Lara, Joyce, Nana Caymmi e Paulinho da Viola – ARCA SOM, 1984 Da cor do Brasil, de Alcione, na faixa Roda Ciranda de Martinho da Vila – RCA, 1984
Nordeste Já, nas faixas: Chega de Mágoa, de criação coletiva e Seca d’Água, criação coletiva sobre poema de Patativa do Assaré – Continental, compacto, vários, 1985
Sinceramente Teu, de Joan Manuel Serrat, na faixa: Sinceramente Teu com versão de Santiago Kovadoff – Ariola, 1986
Negro Demais no Coração, de Joyce, na faixa Tarde em Itapoã, de Vinícius de Moraes e Toquinho – CBS, 1988
Uns, de Caetano Veloso, na faixa: Salva Vida de Caetano Veloso – Polygram, 1989
Nelson Gonçalves e Convidados, na faixa: Caminhemos de Herivelto Martins – RCA, 1989
A trilha Sonora África Brasil, na faixa: Mamãe Oxum de André Luiz Oliveira e Costa Netto – EMI, 1989
Brasil, de João Gilberto, Caetano Veloso e Gilberto Gil, na faixa No Tabuleiro da Baiana de Ary Barroso – WEA, 1991
Songbook Noel Rosa, na faixa: Pela Décima Vez de Noel Rosa – Lumiar Discos, 1991
No Tom da Mangueira, na faixa: Primavera e Cântico à Natureza de Nelson Sargento, Alfredo Português e Jamelão com a participação do grupo vocal Garganta Profunda – Saci, vários, 1993
Sambas de Enredo Grupo Especial, do Carnaval de 1994, na faixa Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu de David Corrêa, Paulinho Carvalho, Carlos Sena e Bira do Ponto com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa – RCA, 1993
Dorival, na faixa Morena do Mar de Dorival Caymmi – Columbia, vários, 1994
João Batista do Vale, de João do Vale, na faixa Estrela Miúda de João do Vale e Luiz Vieira – RCA, 1994
Gente de Festa, de Margareth Menezes, na faixa Libertar de Roberto Mendes e J. Velloso – Continental, 1995
Brasil em Cy, do Quarteto em Cy na faixa A Noite do Meu Bem de Dolores Duran – CID, 1996
Belô Velloso, na faixa: Brincando de Mabel Velloso e Alexandre Leão – Velas, 1996
Recife Frevo é, na faixa Frevo nº 01 de Recife de Antonio Maria – Virgin, vários, 1996
Alfagamabetizado, de Carlinhos Brown na faixa Quixabeira de domínio popular, com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa – EMI, 1996
Agora, de Orlando Moraes na faixa A Montanha e a Chuva de Orlando Moraes – Som Livre, 1997
Songbook Djavan, na faixa Morena de Endoidecer de Djavan e Cacaso – Lumiar discos, 1997
Álbum Musical, de Francis Hime, na faixa Pássara de Francis Hime e Chico Buarque – WEA, 1997
Amigos, de Angela Maria, na faixa Orgulho de Nelson Wederkind e Waldir Rocha – Columbia, 1997
Livro, de Caetano Veloso, na faixa Navio Negreiro de um poema de Castro Alves – Polygram, 1997
Pequeno Oratório do Poeta para o Anjo, poemas de Neide Archanjo
Agô – Pixinguinha 100 anos, na faixa Fala Baixinho de Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho – Som Livre, vários, 1997
Diplomacia, de Batatinha na faixa Bolero de Batatinha e Roque Ferreira – Emi, 1998
Songbook Marcos Valle, na faixa: Preciso Aprender a Ser Só de Paulo Sérgio Valle e Marcos Valle – Lumiar Discos, 1998
Brasil são outros 500, na faixa Tocando em Frente de Almir Sater e Renato Teixeira, em nova versão, com participação da atriz Vera Holtz – Som Livre, 1998
Alcione Celebração, na faixa Linda Flor de Luiz Peixoto, Marques Porto, Henrique Vogeler e Cândido Costa – Polygram, 1998
Songbook Chico Buarque, nas faixas Até Pensei de Chico Buarque e Sobre Todas as Coisas de Chico buarque e Edu Lobo – Lumiar Discos, 1999
Sinfonia de Pardais, uma homenagem a Herivelto Martins, na faixa Segredo de Herivelto Martins e Marino Pinto – Som Livre, vários 1999
Doces Bárbaros Bahia, na faixa Hino do Esporte Clube Bahia de Adroaldo Ribeiro Costa com Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso Herivelto Martins Sony, 2000
Chico Buarque e as cidades, em Olhos nos Olhos de Chico Buarque – DVD, com direção de José Henrique Fonseca – BMG, 2000
Ana Carolina, na faixa: Dadivosa de Ana Carolina, Neusa Pinheiro e Adriana Calcanhoto – e no sample do texto de Antônio Bivar Era uma Vez – BMG, 2001
Trilha sonora do filme Nelson Gonçalves, na faixa Caminhemos de Herivelto Martins, com Nelson Gonçalves – BMG Brasil, 2001
Eu vim da Bahia, nas faixas É um Tempo de Guerra de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, Gloria in excelsis (Missa agrária), de Gianfrancesco Guarnieri e Carlos Lyra e De Manhã de Caetano Veloso – BMG Brasil, 2002
Olivia Byington, CD homônimo de Olivia Byington; Maria Bethânia participa no tema Mãe Quelé, canção com letra de Tiago Torres da Silva e música de Olivia Byington (2006)
Multishow Registro - Pode Entrar, de Ivete Sangalo na faixa Muito Obrigado, Axé, letra de Carlinhos Brown. Universal Music, 2009.
Tecnomacumba - Ao Vivo. Rita Ribeiro (Biscoito Fino, 2009)

Livros

JARDIM, Reinaldo - Maria Bethânia Guerreira Guerrilha. Cooperativa editorial JB - Poder jovem
ÁLVAREZ LIMA, Maria - Maria Bethânia. Edições Intersong
ÁLVAREZ LIMA, Maria - Marginália, Arte e cultura na idade da pedrada. Salamandra - Consultoria editorial brasileira
AA.VV - Maria Bethânia - Dona do Dom, Crônicas, depoimentos e poemas. Ediçao Fã-Clube Rosa dos Ventos Bahia - 2006

Filmes e documentários

1965
O desafio, de Paulo Cezar Saraceni (35 mm, pb, 100 min) ("É de manhã" de Caetano Veloso; "Eu vivo num tempo de guerra" de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri; "Carcará" de João do Vale e José Cândido, com Zé Keti e João do Vale; "Notícia de jornal" de Zé Keti, apenas com Zé Keti) [filmagens no Teatro Opinião, Rio de Janeiro, em 1965
1966
Bethânia bem de perto - A propósito de um show, de Julio Bressane e Eduardo Escorel (16 mm ampliado para 35 mm, pb, 33 min) (Biscoito Fino-Quitanda-Conspiração Filmes, 2007, DVD) [show Recital na Boite Cangaceiro, Rio de Janeiro, em abr-maio 1966
1967
Improvisiert und Zielbewusst / Cinema Novo, de Joaquim Pedro de Andrade (16 mm, pb, 31 min) ("Só me fez bem" de Edu Lobo e Vinicius de Moraes)
Garota de Ipanema, de Leon Hirszman (35 mm, cor)
1968
A Última Ceia segundo Ziraldo, de Rodolfo Neder (35 mm, cor, 10 min)
O homem que comprou o mundo, de Eduardo Coutinho (35 mm, pb, 100 min)
1969
Saravah, de Pierre Barouh (Biscoito Fino, 2005, DVD) (Bethânia e Paulinho da Viola interpretam numa mesa de bar em Itaipu, litoral fluminense, "Coração vulgar" de Paulinho da Viola, "Rosa Maria" de Hanníbal da Silva e Éden Silva, "Tudo é ilusão" de Hanníbal da Silva, Éden Silva e Tulio Lavar, "Pecadora" de Jair do Cavaquinho e Joãozinho da Pecadora, "Pranto de poeta" de Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, e acompanhada ao piano de Luiz Carlos Vinhas e do trombone de Raul de Souza em ensaios na boate Sucata canta "Baby" e "Tropicália" de Caetano Veloso, "Frevo nº 1 do Recife" de Antonio Maria e "Pra dizer adeus" de Edu Lobo, Lani Hall e Torquato Neto)
1972
Quando o carnaval chegar, de Carlos Diegues (35 mm, cor, 103 min)
1978
Os Doces Bárbaros, de Jom Tob Azulay (16 mm ampliado para 35 mm, cor, relançado em 2004) (Biscoito Fino, 2008, DVD) [apresentações em 1976 em Campinas, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo
1980
Certas palavras com Chico Buarque, de Mauricio Berú (35 mm, cor, 110 min) ("Olhos nos olhos" de Chico Buarque)
1981
Brasil, de Rogério Sganzerla (35 mm, cor, 13 min) [filmagem ao vivo da gravação do disco 'Brasil' com João Gilberto, Caetano Veloso e Gilberto Gil; filmado durante quatro meses de 1981
1994
As canções que você fez pra mim, de Julio Bressane (super 16 mm finalizado em betacam, cor-pb, 4 min 10 s)
1995
Maria Bethânia especial - As canções que você fez pra mim, de Walter Salles Jr. e Andrew Waddington (VideoFilmes-Polygram, Betacam, cor, 58 min) (VHS)(Universal Music, 2009, DVD)
1998
Enredando sombras (segmento Cinema Novo, de Orlando Senna)
1999
Chico e as cidades, de José Henrique Fonseca (DVD) ("Olhos nos olhos")
Além-mar, de Belisário Franca e Luis Antônio Silveira (Betacam, cor, 60 min)
2001
Maria Bethânia do Brasil, de Hugo Santiago / Compagnie des Phares et Balises-ARTE France (cor, 90 min)
2003
Ana Carolina - Estampado, de Mari Stockler (Sony & BMG Music, DVD) ("Pra rua me levar" de Totonho Villeroy e Ana Carolina)
Biblioteca Mindlin - Um mundo em páginas, de Cristina Fonseca (vídeo, cor, 77 min) (depoimento)
O ovo, de Nicole Algranti (35 mm, cor, 11 min) (narração)
Concertos MPBR (69 min, DVD) (Canecão, Rio de Janeiro, em 6 ago 2002: "As canções que você fez pra mim" de Roberto Carlos e Erasmo Carlos com Erasmo Carlos; "Eu já nem sei" com Wanderlea; "Baila comigo" de Rita Lee e Roberto de Carvalho com Shangrilá e Zélia Duncan)
Alcione - Ao vivo 2 (Universal Music, DVD)(Nos extras, participação em "Ternura antiga")
Maria Bethânia - Maricotinha ao vivo, de André Horta (Biscoito Fino-Sarapuí Produções Artísticas, DVD)
2004
Maria Bethânia - Brasileirinho ao vivo, de André Horta (Quitanda-Biscoito Fino-Multishow, DVD)
Outros Bárbaros, de Andrucha Waddington (Biscoito Fino) (DVD) [os ensaios e o show na praia de Copacabana, na noite de 8 de dezembro de 2002
2005
Tempo tempo tempo tempo - Maria Bethânia, de Bia Lessa (Biscoito Fino, DVD) [músicas do CD Que falta você me faz - Músicas de Vinicius de Moraes
Maria Bethânia - música é perfume, de Georges Gachot (35 mm, cor, 82 min) (Quitanda-Biscoito Fino, 2006, DVD) [shows Brasileirinho e gravações do CD Que falta você me faz - Músicas de Vinicius de Moraes
Vinicius - Quem pagará o enterro e as flores se eu me morrer de amores, de Miguel Faria Jr. (35 mm) (depoimento) ("Soneto do amor total", "Pátria minha" e "O que tinha de ser")
O sonho acabou [Phono 73 - O canto de um povo, de Carlos Augusto de Oliveira [Palácio das Convenções do Anhembi, São Paulo em 12 e 13 maio 1973, "A volta da Asa Branca", "Rosa dos ventos" e com Gal Costa "Oração de Mãe Menininha" (DVD)
Viva volta, de Heloisa Passos (35 mm, cor, 15 min) [sobre Raul de Souza
2006
Por acaso Gullar, de Rodrigo Bittencourt e Maria Rezende (Betacam, 12 min, cor)
Chico César - Cantos e encontros de uns tempos pra cá, de Douglas Costa Kuruhma (Biscoito Fino, DVD) [Nos extras, cenas de Chico César no estúdio da Biscoito Fino com Maria Bethânia cantando "A força que nunca seca" e "Onde estará o meu amor", do compositor gravadas pela cantora 2007 Beth Carvalho canta o samba da Bahia, de Lula Buarque de Hollanda (EMI Music, DVD) ("Suíte dos pescadores" de Dorival Caymmi, com Beth) [Show no Teatro Castro Alves, em Salvador, 23 ago 2006, em comemoração aos 60 anos de Beth Carvalho
Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda, de Andrucha Waddington (RJ, 60 min) (Biscoito Fino-Quitanda-Conspiração Filmes, 2007, DVD)
2008
Omara Portuondo e Maria Bethânia (Biscoito Fino, 2008, DVD) das gravações do CD
Omara Portuondo, Maria Bethânia - Ao vivo, de Mario de Aratanha (Biscoito Fino, 2008, DVD) [gravado em 4 e 5 abr 2008 no Palácio das Artes, Belo Horizonte
2009
Maria Bethânia - Dentro do mar tem rio, de Andrucha Waddington (Biscoito Fino-Conspiração Filmes, 2009, DVD) [registro do show gravado em São Paulo, Citibank Hall, 7 e 8 dez 2007
Tecnomacumba - ao Vivo. Rita Ribneiro (Biscoito Fino, 2009)

" GAL COSTA "


Gal Costa, nome artístico de Maria da Graça Costa Penna Burgos,
(Salvador, 26 de setembro de 1945) é uma cantora brasileira.
Gal Costa é filha de Mariah Costa Pena, falecida em 1993 que foi sua grande incentivadora, e Arnaldo Burgos.Sua mãe contava que durante a gravidez passava horas concentrada ouvindo música clássica, como num ritual, com a intenção de que esse procedimento influísse na gestação e fizesse que a criança que estava por nascer fosse, de alguma forma, uma pessoa musical. Gal jamais conheceu o seu pai, que faleceu quando ela tinha por volta de 15 anos. Por volta de 1955 se torna amiga das irmãs Sandra e Dedé (Andreia) Gadelha, futuras esposas dos compositores Gilberto Gil e Caetano Veloso, respectivamente. Em 1959 ouve pela primeira vez o cantor João Gilberto cantando Chega de saudade (Tom Jobim/Vinícius de Morais) no rádio; João também exerceu uma influência muito grande na carreira da cantora, que também trabalhou como balconista da principal loja de discos de Salvador da época, a Roni Discos. Em 1963 é apresentada a Caetano Veloso por Dedé Gadelha, iniciando-se a partir uma grande amizade e profunda admiração mútua que perdura até hoje.

Gal estreou ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, o espetáculo Nós, por exemplo (22 de agosto de 1964), que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador. Nesse mesmo ano participou de Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, no mesmo local e com os mesmos parceiros. Deixa Salvador para viver na casa da prima Nívea, no Rio de Janeiro, seguindo os passos de Maria Bethânia, que havia estourado como cantora no espetáculo Opinião.

A primeira gravação em disco se deu no disco de estreia de Maria Bethânia (1965): o duo Sol Negro (Caetano Veloso), seguido do primeiro compacto, com as canções Eu vim da Bahia, de Gil, e Sim, foi você, de Caetano - ambos lançados pela RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG) - gravadora à qual Gal retornaria em 1984, com o álbum Profana. No fim do ano conhece João Gilberto pessoalmente. Participou do I Festival Internacional da Canção, em 1966, interpretando a canção Minha senhora (Gilberto Gil e Torquato Neto), que não emplacou.
O primeiro LP foi lançado em 1967, ao lado do também estreante Caetano Veloso, Domingo, pela gravadora Philips, que posteriormente transformou-se em Polygram (atualmente Universal Music), permanecendo neste selo até 1983. Desse disco fez grande sucesso a canção "Coração vagabundo", de Caetano Veloso. Participou também do III Festival de Música Popular Brasileira defendendo as canções Bom dia (Gilberto Gil/Nana Caymmi) e Dadá Maria (Renato Teixeira), esta última em dueto com o Sílvio César no Festival e com Renato Teixeira na gravação.
Em 1968 participou do disco Tropicália ou Panis et Circencis (1968), com as canções Mamãe coragem (Caetano Veloso e Torquato Neto), Parque industrial (Tom Zé) e Enquanto seu lobo não vem (Caetano Veloso), além de Baby (Caetano Veloso), o primeiro grande sucesso solo, que se tornou um clássico. No mesmo ano participa do III Festival Internacional da Canção (TV Globo), defendendo a canção Gabriela Mais Bela, (Roberto Carlos e Erasmo Carlos). Em novembro participa do IV Festival da Record defendendo a canção Divino maravilhoso (Caetano e Gil). Lançou o primeiro disco solo, Gal Costa (1969), que além de "Baby" e "Divino maravilhoso" traz "Que pena (Ele já não gosta mais de mim" (Jorge Benjor) e "Não identificado" (Caetano Veloso), todas grandes sucessos. No mesmo ano gravou o segundo disco solo, "Gal", que traz os hits "Meu nome é Gal" (Roberto e Erasmo Carlos) e "Cinema Olympia" (Caetano Veloso), desse disco gerou o espetáculo Gal!.
Em 1970 viaja para Londres para visitar Caetano Veloso e Gilberto Gil, exilados pela ditadura militar, e dessa viagem traz algumas músicas incluídas em seu disco seguinte, "Legal". Do repertório desse trabalho fizeram grande sucesso as músicas "London London" (Caetano Veloso) e "Falsa baiana" (Geraldo Pereira).
Em 1971 grava um compacto duplo importantíssimo em sua carreira, onde estão os grandes sucessos "Sua estupidez" (Roberto e Erasmo Carlos) e "Você não entende nada" (Caetano Veloso). Nesse mesmo ano realiza um dos shows mais importantes da música brasileira, "Fa-Tal", dirigido por Waly Salomão e que gravado ao vivo gerou o disco que até hoje é considerado por muitos críticos como o mais importante de sua carreira, o "Fa-Tal / Gal a Todo Vapor", que traz grandes sucessos como "Vapor barato" (Jards Macalé - Waly Salomão), "Como 2 e 2" (Caetano Veloso) e "Pérola negra" (Luiz Melodia).

Em 1973 grava o disco "Índia", que traz os sucessos "Índia" (J. A. Flores - M. O. Guerreiro - versão José Fortuna) e "Volta" (Lupicínio Rodrigues), e desse disco faz outro show muito bem sucedido, também dirigido por Waly Salomão, "Índia". Nesse nesmo ano participa do Festival Phono 73, que gerou três discos, onde Gal gravou com sucesso as músicas "Trem das onze" (Adoniran Barbosa) e "Oração de Mãe Menininha" (Dorival Caymmi), em dueto com Maria Bethânia.
Em 1974 Gal grava o disco "Cantar", dirigido por Caetano Veloso, que traz os sucessos "Barato total" (Gilberto Gil), "Flor de maracujá" e "Até quem sabe" (ambas de João Donato e Lysia Enio) e "A rã" (João Donato e Caetano Veloso). Desse disco gerou o show "Cantar", que não foi bem recebido pelo público de Gal, por se tratar de um disco muito suave, contrastando com a imagem forte que a cantora criara a partir do movimento tropicalista.
Em 1975 Gal faz imenso sucesso ao gravar para a abertura da telenovela da Rede Globo "Gabriela" a canção "Modinha para Gabriela" (Dorival Caymmi). Desse ano também é o sucesso "Teco teco" (Pereira da Costa - Milton Vilela), lançada em compacto. O grande sucesso da canção de Caymmi motivou a gravação do disco "Gal Canta Caymmi", lançado em 1976, que traz os hits "Só louco", "Vatapá", "São Salvador" e "Dois de fevereiro", todas de Dorival Caymmi.
Nesse mesmo ano, ao lado dos colegas Gilberto Gil, Caetano e Maria Bethânia, participa do show "Doces Bárbaros", nome do grupo batizado e idealizado por Bethânia, espetáculo que rodou o Brasil e gerou o disco Doces Bárbaros. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 70 e, ao longo dos anos, foi tema de filme, DVD, enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994 com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra. Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.
Em 1977 Gal lança o disco "Caras & Bocas", que traz os sucessos "Tigresa" (Caetano Veloso) e "Negro amor (It's all over now, baby blue)". Desse disco gerou-se o show "Com a Boca no Mundo".
Em 1978 Gal lança aquele que seria o primeiro disco de ouro de sua carreira, "Água Viva", que trouxe os sucessos "Folhetim" (Chico Buarque), "Olhos verdes" (Vicente Paiva) e "Paula e Bebeto" (Milton Nascimento - Caetano Veloso). Desse disco surgiu o espetáculo "Gal Tropical", onde Gal Costa deu uma virada em sua carreira, mudando drasticamente de imagem, passando de musa hippie para uma cantora mais madura. O show "Gal Tropical" foi um imenso sucesso de público e crítica, e gerou o disco "Gal Tropical", em que Gal cantou alguns dos maiores sucessos de sua carreira, como "Balancê" (João de Barro - Alberto Ribeiro), "Força estranha" (Caetano Veloso), "Noites cariocas" (Jacob do Bandolim - Hermínio Bello de Carvalho), além das regravações dos grandes sucessos "Índia" e "Meu nome é Gal".
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos registravam índices recordes de audiência. Gal Costa participou do especial Mulher 80(Rede Globo), um desses momentos marcantes da televisão. O programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Gal Costa, Elis Regina, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Em 1980 Gal gravou o disco "Aquarela do Brasil", focado na obra do compositor Ary Barroso, e que trouxe hits como "É luxo só" (Ary Barroso - Luiz Peixoto), "Aquarela do Brasil", "Na Baixa do Sapateiro", "Camisa amarela" e "No tabuleiro da baiana" (todas de Ary Barroso).
Em 1981 Gal estreou o show "Fantasia", um grande fracasso de crítica, mas que gerou um dos mais bem sucedidos discos de sua carreira, tanto de público quanto de crítica, o premiado "Fantasia", que trouxe vários sucessos, como "Meu bem meu mal", "Massa real" (ambas de Caetano Veloso), "Açaí", "Faltando um pedaço" (ambas de Djavan), "O amor" (Caetano Veloso - Ney Costa Santos - Vladmir Maiakovski), "Canta Brasil" (David Nasser - Alcir Pires Vermelho) e "Festa do interior" (Moraes Moreira - Abel Silva). Com o grande sucesso do disco, Gal convidou Waly Salomão para dirigir o show "Festa do Interior" que a redimiu do grande fracasso do show "Fantasia".
Em 1982 Gal gravou outro disco de sucesso, "Minha Voz", em que se destacaram as gravações de "Azul" (Djavan), "Dom de iludir", "Luz do sol" (ambas de Caetano Veloso), "Bloco do prazer" (Moraes Moreira - Fausto Nilo), "Verbos do amor" (João Donato e Abel Silva) e "Pegando fogo" (Francisco Mattoso - José Maria de Abreu).
Em 1983 Gal grava outro disco bem sucedido comercialmente, "Baby Gal", que também se tornou um show, e que trouxe os sucessos "Mil perdões" (Chico Buarque), "Rumba louca" (Moacyr Albuquerque - Tavinho Paes), além da regravação de "Baby".
Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Gal Costa integrou o grupo seleto de artistas da MPB que viajaram pelo país apresentando o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais, para uma platéia de mais de 200 mil pessoas, em quase 200 apresentações. Gal Costa interpretou a canção A História de Lili Braun, musicado pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.
Em 1984 Gal deixa a gravadora Philips e assina contrato com a RCA, onde grava o disco "Profana", que traz os hits "Chuva de prata" (Ed Wilson - Ronaldo Bastos), "Nada mais (Lately)" (Stevie Wonder - versão: Ronaldo Bastos) e "Vaca profana" (Caetano Veloso).
Em 1985 grava o disco "Bem Bom", com os sucessos "Sorte" (Celso Fonseca - Ronaldo Bastos), cantada em dueto com Caetano Veloso, e "Um dia De Domingo" (Michael Sullivan - Paulo Massadas), em dueto com Tim Maia.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes numa criação coletiva, surgiu o compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Em atitude que surpreendeu muitos dos fãs, em fevereiro deste mesmo ano, posou nua para a edição 127 da extinta revista Status, poucos meses antes de completar quarenta anos.
Lançou em 1987 o disco e o espetáculo Lua de Mel Como o Diabo Gosta, um fracasso de crítica, mas que trouxe mais alguns sucessos à carreira da cantora: "Lua de mel" (Lulu Santos), "Me faz bem" (Mílton Nascimento - Fernando Brant) e "Viver e reviver (Here, there, and everywhere)" (Lennon - McCartney - versão: Fausto Nilo).
Em 1988 Gal grava com grande sucesso a música "Brasil" (Cazuza - Nilo Romero - George Israel) para a abertura da novela da Rede Glovo "Vale tudo".
Em 1990 gravou o disco "Plural", que traz os sucessos de "Alguém me disse" (Jair Amorim - Evaldo Gouveia), "Nua idéia" (João Donato - Caetano Veloso) e "Cabelo" (Jorge Benjor - Arnaldo antunes).
Em 1992 lança o disco "Gal", com repertório em boa parte extraído do show "Plural", e do qual fez sucesso a música "Caminhos cruzados" (Tom Jobim - Newton Mendonça).
Em 1994, reuniu-se com Gil, Caetano e Bethânia, na quadra da escola de samba Mangueira, para o show "Doces Bárbaros na Mangueira", que comemorou os 18 anos dos Doces Bárbaros.
Em 1994 Gal lançou o premiado disco "O sorriso do gato de Alice", produzido por Arto Lindsay, com o sucesso "Nuvem negra" (Djavan). Desse disco gerou-se o show de mesmo nome, com direção de Gerald Thomas, que causou polêmica por Gal cantar a música "Brasil" com os seios nus.
Em 1995, lançou "Mina d'água do meu canto", trazendo apenas composições de Chico Buarque e Caetano Veloso, e do qual fez sucesso a música "Futuros amantes" (Chico Buarque).
Em 1997, gravou o CD "Acústico MTV", sucesso de vendas, no qual cantou vários sucessos de sua carreira e lançou com sucesso uma nova versão de "Lanterna dos Afogados", cantando ao lado do autor da canção, Herbert Vianna.
Em 1998 gravou o CD "Aquele frevo axé", com o hit "Imunização racional (Que beleza)" (Tim Maia).
Em 1999, lançou um disco duplo ao vivo "Gal Costa Canta Tom Jobim Ao Vivo", realizando o projeto do maestro, que era fazer um disco com a cantora, embora sozinha.
Em 2001, gravou o CD "Gal de tantos amores", contendo a música "Caminhos do mar" (Dorival Caymmi, Danilo Caymmi e Dudu Falcão). Nesse mesmo ano, foi incluída no Hall of Fame do Carnegie Hall (única cantora brasileira a participar do Hall), após participar do show "40 anos de Bossa Nova", em homenagem a Tom Jobim, ao lado de César Camargo Mariano e outros artistas.
Em 2002, lançou o CD "Bossa Tropical", no qual registrou a faixa "Socorro" (Alice Ruiz e Arnaldo Antunes), sucesso originalmente gravado pela cantora Cássia Eller.
Em 2003 lançou o CD "Todas as coisas e eu", contendo clássicos da MPB, como "Nossos momentos" (Haroldo Barbosa - Luis Reis), que fez sucesso.
Em 2005, lançou pela gravadora Trama o CD "Hoje", produzido por César Camargo Mariano, onde Gal reuniu várias canções novas de compositores pouco conhecidos do grande público, tendo se destacado "Mar e sol" (Carlos Rennó e Lokua Kanza).
Em 2006 realiza temporada na casa de shows Blue Note, em Nova York, espetáculo que é gravado e lançado em setembro no CD "Gal Costa Live At The Blue Note", lançado originalmente nos Estados Unidos e Japão e somente em 2007 no Brasil. Ainda em 2006 lança pela gravadora Trama o CD e DVD "Gal Costa Ao Vivo", gravados durante a temporada do show "Hoje".
Em 2009, Reclusa nos últimos anos para se dedicar ao filho que adotou, Gal Costa vai voltar aos palcos como convidada de Dionne Warwick em show que estreia no Rio de Janeiro (em 7 de maio, na casa Vivo Rio), passa por Curitiba (em 8 de maio, no Teatro Positivo), chega a São Paulo (em 9 de maio, na casa HSBC Brasil) e sai de cena em Porto Alegre (em 12 de maio, no Teatro do Sesi). Aquarela do Brasil - o samba-exaltação de Ary Barroso que deu título a discos lançados tanto por Gal (em 1980) como por Dionne (em 1995) - é um dos duetos previstos no show. A cantora vai estar presente no DVD do cantor baiano Ricardo Chaves, seu primo, fazendo participação na canção Sorriso Lindo.

Discografia

Universal Music/Polygram/Philips
Domingo (com Caetano Veloso) (1967)
Gal Costa (1969)
Gal (1969)
Legal (1970)
Fa-Tal - Gal a Todo Vapor - ao vivo (1971)
Índia (1973)
Temporada de Verão - Ao Vivo na Bahia (com Caetano Veloso e Gilberto Gil) (1974)
Cantar (1974)
Gal Canta Caymmi (1976)
Doces Bárbaros - ao vivo (com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia) (1976)
Caras e Bocas (1977)
Água Viva (1978)
Gal Tropical (1979)
Aquarela do Brasil (1980)
Fantasia (1981)
Minha Voz (1982)
Baby Gal (1983)
Sony BMG/BMG/RCA
Profana (1984)
Bem Bom (1985)
Lua de Mel Como o Diabo Gosta (1987)
Plural (1990)
Gal (1992)
O Sorriso do Gato de Alice (1993)
Mina d'Água do Meu Canto (1995)
Acústico MTV - ao vivo (1997)
Aquele Frevo Axé (1998)
Gal Costa Canta Tom Jobim Ao Vivo (1999)
Gal de Tantos Amores (2001)
Abril Music
Bossa Tropical (2002)
Indie Records
Todas as Coisas e Eu (2003)
Trama
Hoje (álbum) (2005)
Gal Costa Live At The Blue Note (2006)
Gal Costa Ao Vivo (2006)
[editar] DVD
Acústico MTV 1997
Gal Costa Canta Tom Jobim Ao Vivo 2000
Outros (Doces) Bárbaros 2004
Ensaio 2005
Roda Viva 2005
Gal Costa Ao Vivo 2006

Participações Em álbuns de outros artistas

Circuladô, Caetano Veloso, O Cu Do Mundo
20 Anos, Convida Boca Livre, Ponta de Areia
Joyce Joyce, Mistérios
Rita Lee, Bossa N'Roll ao Vivo, Rita Lee, Mania de Você
Duetos com Mestre Lua, Luiz Gonzaga, Forró Nº 1
Tom Jobim e Convidados, Tom Jobim, Tema de amor por Gabriela
O Melhor de Mercedes Sosa, Mercedes Sosa, Volver a Los 17
Maria Bethânia, Maria Bethânia, Oração de Mãe Menininha
Acústico e Ao Vivo, Vários, Flor da pele (Pot-pourri)
Maria Bethânia - Novo Millennium, Maria Bethânia, Sonho Meu
Maria Bethânia - Novo Millennium, Maria Bethânia, Oração de Mãe Menininha
Essas Parcerias, Francis Hime, Um Dueto
Bethânia Revisitada, Maria Bethânia, Sonho meu
Milton Nascimento Ao Vivo, Solar e Um Gosto de Sol
Em DVD de outros artistas
Carnaval, Balancê
Carnaval, Pegando fogo
Phono 73 - O Canto De Um Povo, Oração de Mãe Menininha
Phono 73 - O Canto De Um Povo, Sebastiana
Phono 73 - O Canto De Um Povo, Trem das onze
Phono 73 - O Canto De Um Povo, Sebastiana
Phono 73 - O Canto De Um Povo, Orações de Mãe Bethânia
Show Viva Brasil em Paris, Garota de Ipanema
Show Viva Brasil em Paris, Falsa Baiana

Participação em especiais de TV

Mulher 80 - Globo'79
Maria da Graça Costa Pena Burgos - Globo
Programa do Faustão Rede Globo - 98
Gal e Caetano no Metropolitan RJ - Multishow
SBT Repórter comemorativo dos 50 anos
Noite de Reveillon / 96 -
Projeto Atlântico - RTP1
Índia / 1973 - Rede Bandeirantes
Gal - Rede Manchete / 1994
Baby Gal- Rede Globo
Gal canta Tom Jobim - Direct TV (nov/1999)
[editar] tourneés
Caras e Bocas (1977)
Gal Tropical (1979 - 1980)
Fantasia (1981)
Festa do Interior (1982)
Baby Gal (1983 - 1984)
Profana (1984 - 1985
Lua de Mel Como o Diabo Gosta (1988)
Plural (1990 - 1991)
O Sorriso do Gato de Alice (1994)
Mina D'Água do Teu Canto (1995)
Acústico MTV (1997 - 1998)
Aquele Freveo Axé (1998 - 1999)
Todas as Coisas e Eu (2004)
Hoje (2005)
[editar] Canções em trilhas sonoras de novelas, minisséries e seriados
Ruas de outono (Paraíso Tropical)
Solidão (O Dono do Mundo)
Desafinado (Bambolê)
Brasil (Vale Tudo)
Jovens tardes de domingo (Zazá)
Pra você (Torre de Babel)
Caminhos do mar (Porto dos Milagres)
Dono dos teus olhos (Senhora do Destino)
Mar e sol (Viver a Vida e Prova de Amor)
Nossos momentos (Celebridade)
Noites cariocas - minhas noites sem sono (Água Viva)
Chuva de prata (Um Sonho a Mais)
Viver e reviver (Bebê a Bordo)
Alguém me disse (Tieta)
Nua idéia (Rainha da Sucata)
Caminhos cruzados (Mulheres de Areia e O Profeta)
Eternamente (Escrito nas Estrelas)
De amor eu morrerei (Os Inocentes)
De fogo, luz e paixão - com Marcelo (Pecado Rasgado)
Um dueto - com Francis Hime (Vereda Tropical)
Simples carinho (Negócio da China)
Coisa mais linda (Belíssima)
Só louco (O Casarão e O Quinto dos Infernos)
Tigresa (Espelho Mágico)
Todo beijo - com Marcelo (As Pupilas do Senhor Reitor e Éramos Seis)
Canta Brasil (Deus nos Acuda)
Modinha para Gabriela (Gabriela)
E daí - Proibição inútil e ilegal (Ciranda de Pedra)
Me faz bem (Fera Radical)
Linda flor (Alma Gêmea)
Futuros amantes (História de Amor)
Baby - com Caetano Veloso (Anos Rebeldes e Ninho da Serpente)
Alguém que olhe por mim - com Cauby Peixoto (A Próxima Vítima)
Qual é baiana (Como salvar meu casamento)
Samba do avião (Amor e Intrigas)
O amor em paz (Mulheres Apaixonadas)
Mercedita (A Casa das Sete Mulheres)
Meu bem meu mal (Brilhante e Queridos Amigos)
Errática (Pátria Minha)
Solitude (Dancin'Days e João Brasileiro, o Bom Baiano)
Dom de iludir (Louco Amor)
Eu acredito (Barriga de Aluguel)
Pra machucar meu coração (Eterna Magia)
Coração vagabundo - com Caetano Veloso (Gina e A Revolta dos Anjos)
Verbos do amor (Final Feliz)
Roda baiana (Terras do Sem Fim)
Nada mais (Corpo a Corpo)
Sábado em Copacabana / Copacabana (JK)
Paula e Bebeto (Malu Mulher)
Força estranha (Os Gigantes)
Epitáfio (Jamais te Esquecerei)
Inquietação (Fascinação)
Beguin the beguine (Os ricos também choram)
Bloco do prazer (Campeão)
Folhetim (Cara a Cara)
Lindeza (A Idade da Loba e Antônio Alves, o Taxista)
Luz do sol (Sabor de Mel)
As time goes by (Metamorphoses)
Pérola negra (Tempo de Viver)
Dez anos (Ciranda de Pedra e Dinheiro Vivo)
O amor (Anjo de Mim)
Jogada pelo mundo (O amor é nosso)
Baby (Transas e Caretas)
Sexo e luz (Bicho do Mato)

" WALY SALOMÃO "


Waly Dias Salomão (Jequié, 3 de setembro de 1943 — Rio de Janeiro, 5 de maio de 2003)foi um poeta E compositor brasileiro.
Era filho de sírio com uma sertaneja. Atuou em diversas áreas da cultura brasileira. Seu primeiro livro foi Me segura qu'eu vou dar um troço, de 1972. Em 1997, ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura com o livro de poesia Algaravias. Seu último livro foi Pescados Vivos, publicado em 2004, após sua morte.
Foi letrista de canções de sucesso, como Vapor Barato, em parceria com Jards Macalé. Amigo do poeta Torquato Neto, editou seu único livro, Os Últimos Dias de Paupéria, lançado postumamente. Suas canções foram intérpretadas por Maria Bethânia, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto e Gal Costa, entre outros. Na década de 1960, participou do movimento tropicalista.
Nos anos 1990, Waly Salomão dirigiu dois discos da cantora carioca Cássia Eller.
São eles Veneno AntiMonotonia (1997) e Veneno Vivo (1998).
Trabalhou no Ministério da Cultura, como assessor de Gilberto Gil, no início de seu mandato, e uma de suas propostas era a inclusão de um livro na cesta básica dos brasileiros.

" SERGIO SAMPAIO "


Sérgio Moraes Sampaio (Cachoeiro de Itapemirim, 13 de abril de 1947 - Rio de Janeiro, 15 de maio de 1994) foi um cantor e compositor brasileiro e, no dizer do cantor Lenine, um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira. Suas composições variam por vários estilos musicais, indo dos folclóricos samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada.
Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava,declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea."

Filho de Raul Gonçalves Sampaio, dono de uma tamancaria e maestro de banda, e de Maria de Lourdes Moraes, professora primária, era primo do compositor Raul Sampaio Cocco (autor de sucessos na voz do conterrâneo Roberto Carlos). Ali assistiu o pai compor a canção "Cala a boca, Zebedeu", quando tinha 16 anos e que veio a gravar mais tarde.Tocando violão, era um artista nato que buscava mostrar seus trabalhos - "Ele estava sempre sedento para mostrar suas músicas, precisava de uma orelha e nunca fez doce para tocar", como registrou seu primo João Moraes.
Aficcionado pelos programas de rádio, onde acompanhava os cantores da época como Orlando Silva, Sílvio Caldas ou Nelson Gonçalves, que o inspiravam, veio a tornar-se imitador de radialistas como Luiz Jatobá e Saint-Clair Lopes, conseguindo trabalho numa emissora da cidade natal, a XYL-9. Em 1964 tentou trabalhar no Rio de Janeiro na Rádio Relógio, retornando após quatro meses.
Em fins de 1967 muda-se definitivamente para o Rio, inicialmente para tentar a carreira como radialista[4], embora não tenha conseguido firmar-se em nenhum trabalho por frequentar a vida boêmia carioca, atraído pela música e a bebida; mora em pensões baratas e até na rua, chegando a mendigar comida.
Sergio tinha passado a cantar à noite, em bares, até que em fevereiro de 1970 demite-se da Rádio Continental para dedicar-se integralmente à música. Candidata-se no Festival Fluminense da Canção, etapa do Festival Internacional da Canção (III FIC) daquele ano, ficando entre os vinte finalistas com a música "Hei, você".
No Rio de Janeiro conhece o baiano Raul Seixas, então produtor musical da gravadora CBS (atual Sony BMG), dando início a uma longa amizade e parceria.Raul é considerado o "descobridor" do artista.[1] Após ter feito um teste junto ao parceiro de Paulo Diniz, Odibar, acabou contratado no lugar deste, no ano seguinte, participando de diversas gravações, como parte do coro de Renato e seus Blue Caps.
Assina, com o pseudônimo de Sérgio Augusto, a letra da canção "Sol 40 graus", gravada pelo Trio Ternura e que foi sucesso em 1971. O Trio gravou outras de suas composições, como "Vê se dá um jeito nisso" - uma parceria com Raulzito, com quem partilhou também "Amei você um pouco demais", gravada por José Roberto. Raul produz seu primeiro compacto em que Sergio experimenta algum sucesso com "Coco Verde", logo regravada por Dóris Monteiro.
Volta a Cachoeiro em julho, onde participa do "II Festival de MPB", vencendo em primeiro lugar e ocupando também a quarta colocação. Dá início com Raul Seixas à produção de um projeto de ópera-rock, que tem as letras mutiladas pela censura do Regime Militar. Apesar disto as canções integram o primeiro disco de Raul Seixas: Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez, em que participam Míriam Batucada e Edy Star.
Tenta mais uma vez vencer a quarta edição do FIC, no Maracanãzinho, com a música "No Ano 83", sendo eliminado na etapa inicial.

Começa a gravar, finalmente, em 1972, ano em que sua canção "Eu quero é botar meu bloco na rua" participa do IV FIC e integra um compacto do Festival, que graças a ela vende 500 mil cópias, tornando-se sucesso no carnaval de 1973, e rendendo a Sergio o Troféu Imprensa como revelação de '72, na Rede Globo, emissora em que trabalhava o apresentador Sílvio Santos.
Em 1973 lança seu primeiro LP, produzido por Raul e com o nome da canção de sucesso, com vários músicos de renome; o disco fracassa nas vendas, apesar da sua aparição em programas de televisão e da boa execução de canções como "Cala a boca, Zebedeu", de seu pai, nas rádios.
Casou-se em 1974 com a também capixaba Maria Verônica Martins, afastando-se da carreira por algum tempo; o casamento durou até o final da década. Tinha lançado, neste ano, com produção de Roberto Menescal, um compacto em que contraditoriamente reverencia e critica o conterrâneo Roberto Carlos.

Em 1975 lança, agora pela gravadora Continental, outro compacto. No ano seguinte grava seu segundo LP, chamado "Tem que acontecer", e que conta com participações de artistas como Altamiro Carrilho e Abel Ferreira. Em 1977 mais um compacto pela Continental - "Ninguém vive por mim", último por essa gravadora. Realiza shows e tem composições gravadas por artistas como Zizi Possi, Marcos Moran e Erasmo Carlos, ficando cinco anos longe dos estúdios.
Novamente se casa em 1981, com a arquiteta Ângela Breitschaft, com quem teve o filho João, afilhado de Xangai, separando-se em 1986.A família da esposa patrocinara, em 1982, a gravação do compacto "Sinceramente", sem gravadora.
Completamente afastado da mídia, após a separação volta para a casa paterna e em seguida para o Rio. A carreira só experimenta um recomeço quando se muda, no começo da década de 1990 para a Bahia, quando velhos sucessos são novamente lançados por Elba Ramalho, Luiz Melodia, Roupa Nova e outros. Em 1994 acerta com a gravadora Baratos Afins o lançamento de um disco com músicas inéditas, mas por consequência da vida desregrada, falece de pancreatite antes de concretizar o projeto.

Homenagens

Ainda em 1975 tem um curta-metragem sobre sua vida exibido no Rio de Janeiro. Diversas homenagens ocorreram ao longo do tempo, em memória do artista, dos quais se destacam:
Show "Balaio do Sampaio" - 1996, Rio de Janeiro, com cantores como Alceu Valença, Jards Macalé e outros, e poetas e músicos como Chico Caruso, Euclides Amaral, etc.
CD "Balaio do Sampaio" - 1996.
"Eu quero é botar meu bloco na rua" - 2000, biografia autorizada, por Rodrigo Moreira, Editora Muiraquitã
CD póstumo "Cruel" - 2005, lançado por Zeca Baleiro
"Velho bandido - O bloco de Sérgio Sampaio" - 2009, peça musical apresentada no Teatro de Arena.
CD "Hoje Não!" - 2009, 12 canções do Sérgio Sampaio (sendo uma delas inédita) interpretadas por Juliano Gauche & Duo Zé Bedeu.

Discografia Álbuns

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (LP, 1973)
1.Viajei de Trem
2.Filme de Terror
3.Cala a Boca, Zebedeu (Raul Sampaio)
4.Pobre Meu Pai
5.Labirintos Negros
6.Eu Sou Aquele que Disse
7.Leros e Leros e Boleros
8.Não Tenha Medo, não
9.Dona Maria de Lourdes
10.Odete
11.Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua
12.Raulzito Seixas
Tem que Acontecer (LP, 1976)
1.Até Outro Dia
2.Que Loucura
3.Cada Lugar na Sua Coisa
4.Cabras Pastando
5.Velho Bode
6.O que Pintá, Pintô
7.A Luz e a Semente
8.Quanto Mais
9.Tem que Acontecer
10.O Filho do Ovo
11.Velho Bandido
12.O Teto da Minha Casa
13.Ninguém Vive por Mim
14.Quatro Paredes
Sinceramente (LP, 1982)
1.Homem de Trinta
2.Na Captura
3.Tolo Fui Eu
4.Só para o Seu Coração
5.Essa Tal de Mentira
6.Meu Filho, Minha Filha
7.Cabra cega (Sergio Natureza/SS)
8.Sinceramente
9.Nem assim
10.Doce Melodia
11.Faixa Seis
Cruel (CD, 2006)
1.Em Nome de Deus
2.Roda Morta (Reflexões de um Executivo) (SS/SN)
3.Polícia Bandido Cachorro Dentista
4.Brasília
5.Magia Pura
6.Rosa Púrpura de Cubatão
7.Muito além do Jardim
8.Real Beleza
9.Pavio do Destino
10.Quero Encontrar um Amor
11.Quem É do Amor
12.Cruel
13.Uma Quase Mulher
14.Maiúsculo

Antologias e participações
Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (LP, 1971)
(com Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star)

Êta Vida (com Raul Seixas)
Eu Vou Botar pra Ferver (com Raul Seixas)
Eu Acho Graça
Quero Ir (com Raul Seixas)
Todo Mundo Está Feliz
Eu não Quero Dizer Nada
Carnaval Chegou (LP, 1972)
(Philips, 6349.058)
Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (primeira gravação)
Phono 73 (LP, 1973)(PolyGram)
Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (ao vivo)
Convocação geral nº 2 (LP, 1975)(Som Livre)
Cantor de Rádio
Balaio do Sampaio (CD, 1998)(MZA/Polygram)
1.Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua - Sérgio Sampaio
2.Em Nome de Deus - Chico César
3.Feminino Coração de Deus - Erasmo Carlos
4.Rosa Púrpura de Cubatão - João Bosco
5.Tem que Acontecer - Zeca Baleiro
6.Meu Pobre Blues - Zizi Possi
7.Pavio do Destino - Lenine
8.Até Outro Dia - João Nogueira
9.Velho Bode - Eduardo Dusek
10.Que Loucura - Renato Piau
11.Velho Bandido - Jards Macalé
12.Cala a Boca, Zebedeu - Luiz Melodia
13.Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua - Elba Ramalho
Sergio Sampaio (CD, 2002)(Série Warner 25 Anos)

1.Até Outro Dia
2.Que Loucura
3.Cada Lugar na Sua Coisa
4.Cabras Pastando
5.Velho Bode
6.O Que Pintá, Pintô
7.A Luz e a Semente
8.Quanto Mais
9.Tem que Acontecer
10.O Filho do Ovo
11.Velho Bandido
12.O Teto da Minha Casa
13.Ninguém Vive por Mim
14.Quatro Paredes

Compactos simples

Coco verde/Ana Juan (1971) CBS
Classificados nº 1/Não adianta (1972) 33745
Eu quero é botar meu bloco na rua (1972) Phillips/Phonogram
Meu pobre blues/Foi ela (1974) 6069 090
Velho bandido/O teto da minha casa (1975) 1-01-101-155
Ninguém vive por mim/História de boêmio (Um abraço em Nélson Gonçalves) (1977) 101-101-264

Videografia

Cachoeiro em Três Tons

" SERGUEI "


Serguei (nome artístico de Sérgio Augusto Bustamante, Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1933) é um cantor de rock brasileiro, notável por seu pansexualismo, e um suposto namoro com a cantora Janis Joplin que conheceu em 1968.
Nascido na zona norte da capital fluminense, Serguei, na infância, teve um amigo russo que lhe chamava de "Sergei" ("Sérgio" em russo), porque tinha dificuldade em pronunciar seu nome corretamente, e o apelido ficou.
Em 1970, lança o compacto com "O Burro Cor-de Rosa" e "Ouriço", produzido por Nelson Motta, com sugestivas letras que lhe renderam alguns probleminhas com a ditadura.
Serguei foi uma das primeiras sintonias com a pré-psicodelia em "Eu Não Volto Mais" e "As Alucinações De Serguei", de 66. Usou e abusou das cores da Tropicália muito antes de flertar com ela na canção "Alfa Centauro". E, mais tarde,
"O Burro Cor de Rosa" e "Eu Sou Pisicodélico". Todas estas, entre outras, estão sendo resgatadas e relançadas pelo selo paulista Baratos Afins.

Gravou alguns compactos mas só lançou seu primeiro disco de longa duração aos 57 anos, com covers de bandas como Rolling Stones e Beatles. Desde 1982 vive em Saquarema, Rio de Janeiro, e mantém em sua residência um museu, chamado Templo do Rock.

No dia 4 de maio de 2007 foi ao Programa do Jô na Rede Globo e, em dois blocos de entrevista, o cantor falou sobre o espetáculo que faria durante a Virada Cultural em São Paulo com a banda The Rose Blues Band. Durante a entrevista, foi acompanhado pela banda Made in Brazil, que está completando 40 anos, e pelo guitarrista e também roqueiro Marcelo Bustamante, primo irmão de Serguei. Pediu para ser anunciado como o Divino do Rock, pois está cansado de ser chamado de lenda viva do rock, arquivo do rock, ícone etc. Mostrou-se um VT da nova casa de Serguei, onde funcionava o museu do rock, em Saquarema, no estado do Rio. Serguei tem seis cachorros, é pansexual, e só se desloca de bicicleta. Cantou trecho em francês de Chanson D'Amour e fez diversas palhinhas durante a entrevista.

" GILBERTO GIL "


Gilberto Passos Gil Moreira (Salvador,26 de junho de 1942) é um músico e político brasileiro.
Gilberto Gil nasceu no bairro do Tororó, em Salvador, na Bahia. Seu pai, o médico José Gil Moreira e sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado,em Ituaçu, à época um lugarejo com cerca de oitocentos habitantes. Ali Gil passou os primeiros oito anos de vida. Deste período o artista registra a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio:
…os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região…
Com oito anos volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e frequenta uma academia de acordeon. Quando estava no secundário, recebeu da mãe um violão e conhece o trabalho de João Gilberto, que lhe influencia de imediato.

Nos tempos de faculdade de Administração, Gil conhece Caetano Veloso, sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé. Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo".
Formou-se em 1965 e muda-se com a esposa Belina para São Paulo.
Formado em administração de empresas, seu primeiro emprego em São Paulo foi na Gessy Lever. Nos anos 1970, Gil acrescentou elementos novos da música africana, norte-americana e jamaicana (reggae), ao já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. João Gilberto gravou a canção "Eu Vim da Bahia", de Gil, no clássico LP João Gilberto.

Anos 1960 e 1970

Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Ambos exilaram-se por ocasião do AI-5 (Ato Institucional 5) do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.
Nos anos 1970 iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria a canção "Sandra", onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicômio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como hospício.
Fechamento da trilogia, Realce causaria certa polêmica quando alguns considerariam a canção título como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos versos: realce, quanto mais purpurina melhor.
Ao lado dos colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria Bethânia, que era um dos vocais da banda. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e para a Rainha da Inglaterra. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970.

Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções "Esotérico", "Chuckberry Fields Forever", "São João Xangô Menino" e "O seu amor", todas gravações raras.

Anos 1980
Gil se apresentou com Jimmy Cliff com quem fez, em 1980, uma excursão, pouco depois de ter feito uma versão em português de "No Woman, No Cry" (em português, "Não chores mais") sucesso de Bob Marley & The Wailers que foi um grande sucesso, trazendo a influência musical do reggae para o Brasil.
Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Gil integrou o grupo seleto de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma plateia de mais de duzentas mil pessoas. Gil interpretou a canção "Sobre todas as coisas" composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e da saga da grande família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água"; é de Gil a autoria da composição de "Chega de Mágoa". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Dentre as inúmeras composições consagradas pelo próprio Gil e na voz de outros intérpretes, estão: "Procissão", "Estrela", "Vamos Fugir", "Aquele Abraço", "A Paz", "Sítio do Pica-Pau Amarelo", "Esperando na Janela", "Domingo no Parque", "Drão", "No Woman, No Cry", "Só Chamei Porque Te Amo", "Não Chores Mais [Woman No Cry]", "Andar com Fé", "Se Eu Quiser Falar com Deus", "Divino Maravilhoso", "A Linha e o Linho", "Com Medo com Pedro", "Objeto Sim Objeto Não", "Three Little Birds", "Ela", "Pela Internet", "A Novidade", "Morena", "A Raça Humana", "Palco", "Realce", e outras.
Compôs para dezenas de artistas, como Elis Regina, Simone, Maria Bethânia, Gal Costa, Zizi Possi, Daniela Mercury, Carla Visi e Ivete Sangalo.

Política

Gil na Política.Em 1989, mesmo gravando, fazendo espetáculos e se envolvendo em causas sociais, elegeu-se vereador em Salvador, sua cidade natal, pelo Partido Verde (PV).
Em janeiro de 2003, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse, nomeou-o para o cargo de ministro da Cultura, nomeação que originou severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas à Folha de São Paulo.
Entretanto, permaneceu no cargo de ministro por cinco anos e meio. Deixou o ministério em 30 de julho de 2008 para voltar a dedicar-se com maior exclusividade à sua vida artística.Em 28 de agosto participou da solenidade de posse oficial de seu sucessor no ministério, Juca Ferreira.

Ele teve uma recaída e quer voltar a ser um grande artista. Gil não é imprescindível apenas para a política.

— Presidente Lula ao comentar a saída de Gil do ministério.

Cargos

De 1989 — 1992 foi vereador na Câmara Municipal de Salvador (teve exatos 11.111 votos)
De 2 de janeiro de 2003 — 30 de julho de 2008 foi ministro da Cultura.


Festivais

A primeira apresentação de Gilberto Gil em São Paulo ocorreu em 1965 quando cantou a música "Iemanjá", no V Festival da Balança, festival universitário de música promovido pelo Diretório Acadêmico João Mendes Jr. da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie. O Festival organizado pelo estudante de Direito Manoel Poladian, que mais tarde viria se tornar produtor musical, foi gravado pela gravadora RCA, e trata-se da primeira gravação em disco de Gilberto Gil e também de Maria Bethânia que participou do Festival com a música Carcará, o primeiro grande sucesso radiofônico, que a tornou nacionalmente conhecida.
Com Domingo no Parque, ao lado de Os Mutantes, causou sensação no Festival de Música da Record em 1967.
Gil foi também o único latino a participar do Festival da Ilha de Wight, em 1970, representando a Tropicália, ao lado dos maiores astros do rock-pop mundial da época, como The Who, Jimi Hendrix, Emerson, Lake and Palmer e The Doors.

Tropicalismo

Ver artigo principal: Tropicalismo
Quando se realizou o III Festival de Música Popular Brasileira, produzido pela Rede Record, apareceram várias composições que tiveram enorme êxito junto ao público brasileiro e entre elas estavam Domingo no Parque, de Gilberto Gil e Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, que seriam o carro-chefe do tropicalismo, surgido "mais de uma preocupação entusiasmada pela discussão do novo do que propriamente como movimento organizado".

Segundo Celso F. Favaretto, em seu livro "Tropicália - Alegria, Alegria":

O procedimento inicial do tropicalismo inseria-se na linha de modernidade: incorporava o caráter explosivo do momento às experiências culturais que vinham se processando; retrabalhava, além disso, as informações então vividas como necessidade, que passavam pelo filtro da importação. Este trabalho consistia em redescobrir e criticar a tradição, segundo a vivência do cosmopolitismo dos processos artísticos, e a sensibilidade pelas coisas do Brasil.
O que chegava, seja por exigência de transformar as linguagens das diversas áreas artísticas, seja pela indústria cultural, foi acolhido e misturado à tradição musical brasileira. Assim, o tropicalismo definiu um projeto que elidia as dicotomias estéticas do momento, sem negar, no entanto, a posição privilegiada que a música popular ocupava na discussão das questões políticas e culturais. Com isto, o tropicalismo levou à área da música popular uma discussão que se colocava no mesmo nível da que já vinha ocorrendo em outras, principalmente o teatro, o cinema e a literatura. Entretanto, em função da mistura que realizou, com os elementos da indústria cultural e os materiais da tradição brasileira, deslocou tal discussão dos limites em que fora situada, nos termos da oposição entre arte participante e arte alienada. O tropicalismo elaborou uma nova linguagem da canção, exigindo que se reformulassem os critérios de sua apreciação, até então determinados pelo enfoque da crítica literária. Pode-se dizer que o tropicalismo realizou no Brasil a autonomia da canção, estabelecendo-a como um objeto enfim reconhecível como verdadeiramente artístico.


— Celso F. Favaretto

Tropicália, canção de Caetano Veloso, é um autêntico exemplo da verdadeira revolução operada na estrutura letrista da canção popular e da necessidade de se reestudar então os critérios de avaliação e compreensão da nova linguagem utilizada.

Em confronto com a Bossa Nova, o tropicalismo teve como preocupação principal os problemas sociais do país, aliada a uma ideologia libertadora, a um inconformismo diante da maneira de viver do povo brasileiro, o que gerou uma crescente onda de participação popular, em face dos agravantes problemas por que sofria a nação. Já a Bossa Nova quis mostrar uma nova concepção musical, calcada na versatilidade que a música brasileira oferece.
Os responsáveis diretos pelo tropicalismo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé, Rogério Duprat e outros, sem dúvida alguma, deram um salto a mais na modernização da música popular, buscando formas alternativas de composição e explorando uma concepção artística de mudança radical, dentro de um clima favorável. Foi impressionante sua importância nesse sentido, pois, sendo o último grande movimento realizado no país, deixou marcas que seriam cultivadas com o amadurecimento de seus próprios criadores e daqueles que seguiram sua linha de pensamento.

Exílio

Caetano Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo. Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da conscientização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão, puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam trabalhando em prol da música popular brasileira.

Algumas composições

"A Novidade", (1986)
"Amor até o Fim", (1966)
"Andar com Fé" (1982)
"Aquele Abraço", (1969)
"Barato Total", (1974)
"Cálice" (com Chico Buarque), (1973)
"Divino Maravilhoso" (com Caetano Veloso)
"Domingo no Parque" (1967)
"Eu Vim da Bahia" (1966)
"Expresso 2222" (1972)
"Geléia Geral" (com Torquato Neto), (1968)
"Meio-de-Campo" (1973)
"Oriente" (1972)
"Procissão" (1965)
"Se Eu Quiser Falar com Deus"
"Soy Loco Por Ti America" (com Capinam e Torquato Neto) (1967)
"Toda Menina Baiana"
"Vamos Fugir"

Prêmios

3 de setembro de 2003 - recebe o Grammy Latino prêmio de Personalidade do Ano - Miami
Maio de 2005 - recebe o Polar Music Prize do Rei Carlos XVI Gustavo da Suécia
15 de dezembro de 2006 - é premiado com o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.
Gilberto Gil é um dos principais defensores do Software Livre e da Liberdade Digital. Em 29 de janeiro de 2005, durante um debate sobre Software Livre no Fórum Social Mundial 2005, foi muito aplaudido após defender o Software Livre e a Liberdade Digital. Algumas de suas palavras neste debate:
A batalha do software livre, da Internet livre e das conexões livres vão muito além delas, de seus interesses. É a mais importante, e também a mais interessante, e a mais atual das batalhas políticas. Claro que há uma revolução francesa, ou várias revoluções francesas, a fazer no planeta, seja dentro dos países, seja no comércio internacional. Ainda nos defrontamos não apenas com discursos do século XIX, mas também com realidades do Século 19. Mas não podemos secundarizar o presente. E o futuro.

— Gilberto Gil

Não se trata de um movimento "anti", mas de um movimento "pro", ou seja, a favor da valorização e da disseminação de uma nova cidadania global, da capacidade de autodeterminação das pessoas, de novas formas de interação e articulação, da liberdade real de produção e difusão da subjetividade, da busca do saber, da informação, do exercício da sensibilidade e da coletividade. E como estou valorizando o lado "pro" do Fórum, quero propor a vocês a constituição imediata, a partir deste encontro, de uma convocação global pela liberdade digital da humanidade, complementar à convocação global pela erradicação da pobreza lançada por diversas ONGs neste Fórum e abraçada pelo presidente Lula. Sejamos corajosos e substantivos em relação a isso.

— Gilberto Gil

Todo esse movimento visa uma mudança de comportamento social muito maior que repensa a forma como é tratado o direito autoral hoje.

Lembrando que Gilberto Gil participou recentemente de um disco livre promovido mundialmente pela Creative Commons com a música Oslodum.

Em 11 de Março de 2007, o jornal estadunidense The New York Times dedicou uma matéria aos esforços de Gilberto Gil em relação a "flexibilizar direitos autorais". A matéria, intitulada Gilberto Gil Hears the Future, Some Rights Reserved (Gil ouve o futuro, com alguns direitos reservados) elogia o trabalho do ministro da cultura quanto à aliança formada com a Creative Commons em 2003, uma de suas primeiras ações como ministro. "Minha visão pessoal é que a cultura digital traz consigo uma nova idéia de propriedade intelectual, e que esta nova cultura de compartilhamento pode e deve informar políticas governamentais.", disse Gil.

Discografia

1963 - Salvador - 1962/1963
1967 - Louvação
1968 - Gilberto Gil
1968 - Tropicália - (com Os Mutantes, Caetano Veloso, Nara Leão e Gal Costa, etc)
1969 - Gilberto Gil
1970 - Copacabana Mon Amour
1971 - Gilberto Gil (Nega)
1972 - Barra 69 - Caetano e Gil Ao Vivo na Bahia
1972 - Expresso 2222
1974 - Gilberto Gil ao Vivo
1975 - Refazenda
1975 - Gil & Jorge - Ogum - Xangô
1977 - Refavela
1978 - Gilberto Gil ao Vivo em Montreux
1978 - Refestança
1979 - Nightingale
1979 - Realce
1981 - Brasil
1981 - Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)
1981 - Um Banda Um
1983 - Extra [WEA Latina]
1984 - Quilombo (Trilha Sonora)
1984 - Raça Humana
1985 - Dia Dorim Noite Neon
1987 - Gilberto Gil em Concerto
1987 - Trem Para as Estrelas (Trilha Sonora)
1988 - Ao Vivo em Tóquio (Live in Tokyo)
1989 - O Eterno Deus Mu Dança
1991 - Parabolicamará
1994 - Acústico MTV (disco de platina)
1995 - Esoterico: Live in USA 1994
1995 - Oriente: Live in Tokyo
1996 - Em Concerto
1996 - Luar
1997 - Indigo Blue
1997 - Quanta (disco de ouro)
1998 - Ao Vivo em Tóquio (Live in Tokyo) [Braziloid]
1998 - O Sol de Oslo
1998 - O Viramundo (Ao Vivo)
1998 - Quanta Gente Veio Ver
1998 - Ensaio Geral (caixa com gravações de 1967 a 1977)
2000 - Me, You, Them [Brazil]
2001 - Milton e Gil (disco de ouro)
2001 - São João Vivo (disco de ouro)
2002 - Kaya N'Gan Daya (disco de ouro)
2002 - Quanta Live [Brazil]
2002 - Z: 300 Anos de Zumbi
2004 - Eletrácustico (disco de ouro)
2005 - Ao Vivo
2005 - As Canções de Eu, Tu, Eles (disco de platina)
2005 - Soul of Brazil
2006 - Gil Luminoso
2006 - Rhythms of Bahia
2008 - Banda Larga Cordel
2009 - BandaDois - Ao Vivo